Hispanismo e identidade nacional nas páginas da Revista de Derecho, Historia y Letras
DOI:
https://doi.org/10.46752/anphlac.23.2017.2580Resumo
A data da comemoração do Centenário da Independência, em 1910, foi tomada como pretexto pela elite política e intelectual argentina para inspirar na população o sentimento de pertencimento à nação. Impulsionados pelos grupos dirigentes, múltiplos setores sociais foram, de alguma forma, incluídos nos preparativos de manifestações que tinham por objetivo resgatar a “argentinidade” e as tradições históricas, o que acabou transformando as festividades num modo de enfrentar a heterogeneidade étnica causada pela grande porcentagem de imigrantes. Para resgatar o sentimento nacional, a elite intelectual propunha retornar ao passado, às origens, em busca de uma definição do ser essencialmente argentino. A identidade nacional, antes simbolizada pelo imigrante europeu, passou a ser problematizada a partir de outra perspectiva, na qual a herança colonial, outrora repudiada pelos liberais, foi recuperada e considerada parte integrante do novo modelo nacional. Este trabalho tem o objetivo de analisar em que medida a Revista de Derecho, Historia y Letras – publicação argentina dirigida por Estanislao Zeballos –, configurou-se num importante veículo de difusão do legado espanhol e da hispanidade partindo de uma perspectiva positiva e aglutinadora da nova identidade em processo de construção.
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