Pensar a obra rulfiana: ficção literária latino-americana, História do México e Modernidade na obra de Juan Rulfo

Autores

  • Marcos Vinicius Gontijo UFOP

DOI:

https://doi.org/10.46752/anphlac.025.2018.3061

Resumo

O presente artigo é resultado parcial da investigação sobre a obra do escritor mexicano Juan Rulfo (1917-1986) no qual estão expostos os caminhos que a pesquisa de mestrado sobre o escritor e aspectos de sua obra têm trilhado até o momento. Para tanto, sustenta como problema fundamental o processo de modernização mexicano e o período pós-revolucionário, ambos relacionados estritamente à narrativa de Rulfo. A análise delineia-se em torno das características que sustentam o enredo do romance Pedro Páramo (1955), tais como: a temporalidade, a ordem singular da memória, a ficcionalização da oralidade, as alegorias criadas, e o trato com as variadas dimensões da língua e do espanhol mexicano. Ainda nos são caros os conceitos de Arquivo e Mito, utilizados por Roberto González Echevaría na obra Mito y archivo; o conceito de transculturação, mobilizado por Ángel Rama em Transculturación narrativa en América Latina; bem como o diálogo contínuo com a crítica e a teoria literária a partir de autores e autoras como Rolland Barthes, Gilles Deleuze e Irlemar Chiampi. Por fim, visto que a pesquisa tem como fonte histórica a ficção literária, embasamos nossa concepção sobre as interações entre ficção, imaginário e real no trabalho de Wolfgang Iser.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSMANN, Aleida. Espaços da Recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 2001.

BARBOSA, Carlos Alberto Sampaio. A Revolução Mexicana. São Paulo: Editora UNESP, 2010.

BARTHES, Rolland. O rumor da língua. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

BOIXO, José Carlos Gonçález. La estética del ruralismo en los cuentos de Juan Rulfo. In: El cuento hispanoamericano del siglo XX. Teoría y práctica, Eva Valcarcel ed. A Coruña: Universidade, 1997, p. 201-212. Disponível em: < http://hdl.handle.net/2183/9728>. Acesso em: 23 jul. 2016.

BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

BUTLER, Matthew. Cristeros y agraristas en Jalisco: una nueva aportación a la historiografia cristera. Historia Mexicana, vol. LII, n. 2, oct-nov, 2002.

CAMIN, Héctor Aguilar; MEYER, Lorenzo. À sombra da Revolução Mexicana: história mexicana contemporânea, 1910-1989. São Paulo: EDUSP, 2000.

CANDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 9ª ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

CARBONELL, José. El fin de las certezas autoritárias: hacia la construccíon de um nuevo sistema político y constitucional para México. México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2002.

CÓRDOVA, Arnaldo. La Revolución y el Estado en México. México: Editora Era, 1989.

DELEUZE, Gilles (2003) Proust e os signos. 2.ed. trad. Antonio Piquet e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.

DOVE, Patrick. Exígele lo nuestro: Deconstruction, Restitution and the Demand of Speech in Pedro Páramo. In: Journal of Latin American Cultural Studies, vol. 10, n. 1, 2001.

ECHEVARRÍA, Roberto González. Mito y archivo: una teoría de la narrativa latinoamericana. México: Fondo de Cultura Econômica, 2000.

GOMES, Warley Alves; ANDRADE, Carolline Martins. A literatura sob fogo cruzado: o “Romance da Revolução Mexicana” e a construção de uma “cultura revolucionária”. In: Revista Eletrônica da ANPHLAC, n. 23, jul-dez de 2017, p. 56-81. Disponível em: <http://revistas.fflch.usp.br/anphlac/article/view/2866> Acesso em: jan. de 2018.

GREENBLATT, Stephen. Possessões maravilhosas: o deslumbramento do Novo Mundo. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.

ISER, Wolfgang. Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional. In: LIMA, Luiz Costa. (Org). Teoria da literatura em suas fontes. vol. 2, 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

KOURÍ, Emílio. La invención del ejido. Revista Nexos: 1º de en. 2015. Disponível em: <http://www.nexos.com.mx/?p=23778> Acesso em: 24 de abril de 2017.

LANDA, Mariano Báez. De indígenas a campesinos: miradas antropológicas de un quiebre paradigmático. In: Revista Ruris, vol. 3, n. 2, ago de 2009 a fev de 2010. Disponível em: < https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/ruris/article/viewFile/695/560> Acesso em mai. De 2018.

LEVINE, Suzanne Jill. “Pedro Páramo e Cien años de soledad: un paralelo” In: Revista de Universidad de México, v. XXV, n. 6, fev. 1971, p. 18-24.

MEYER, Jean. La Cristiada: la guerra de los cristeros. México: Siglo XXI Editores, 2004.

PAZ, Octavio. El labirinto de la soledad. 2ª ed. México: Col. Popular, 1992.

PESAVENTO, Sandra. História & Literatura: uma velha-nova história. In: Nuevo Mundo Mundos Nuevos (Online), Debates, 2006. Disponível em: <https://journals.openedition.org/nuevomundo/1560>. Acesso em jul. de 2016.

RAMA, Ángel. AGUIAR, Flávio; GUARDINI, T. Vasconcelos (orgs.). Ángel Rama: literatura e cultura na América Latina. São Paulo: EDUSP, 2001.

RAMA, Ángel. Transculturación narrativa en América Latina. 2ª ed. . Buenos Aires: Ediciones El Andariego, 2008.

_______, Ángel. La ciudad letrada. Montevideo: Editora Arca, 1998.

SEMO, Ilán. El cardenismo revisado: la tercera vía y otras utopias inciertas. Revista mexicana de sociología, vol. 55, no. 2, 1993.

SILVA, Caio Pedrosa da. “Soldados de Cristo Rey”: representações da Cristera entre a historiografia e a literatura (México, 1930-2000). UNICAMP: Dissertação de Mestrado, julho de 2009.

VITAL, Alberto. Notícias sobre Juan Rulfo: la biografía, 1762-2016. Ciudad de México: Editorial RM, 2017.

TAPIA, Maura. Entrevista realizada por Yanet Aguillar Sosa e conferida pela subdiretora de acervos da Comisión Nacional para el Desarollo de los Pueblos Indígenas (CDI), publicada em 15 de mai. de 2017 pelo jornal El universal. Disponível em: < http://www.eluniversal.com.mx/articulo/cultura/letras/2017/05/15/juan-rulfo-la-historia-del-editor-indigenista#imagen-1> Acesso: 26 fev. de 2018.

REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS

RULFO, Juan. El llano en llamas. Carlos Blanco Aguinada (ed.). 15ª ed. Madrid: Ediciones Cátedra, 2004.

________, Juan. Pedro Páramo. 27. ed. José Carlos González Boixo (ed.). Madri: Ediciones Cátedra, 2015.

______, Juan. Entrevista concedida em 1977 ao programa televisivo espanhol A fondo. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=V74yJztkx-c>. Acesso em: 18 de jun. de 2016.

______, Juan. Entrevista publicada originalmente em Siempre! La cultura en México, núm. 1,051 (15-VIII-1973), pp. VI-VII. (Juan Rulfo respondeu por escrito a esta entrevista).

______, Juan. Entrevista concedida a Miguel Briante. Rulfo: el silencio interrumpido. In: Revista Confirmado. Argentina, Buenos Aires, año IV, 1968. Disponível em: <http://ccpe.org.ar/rulfo-el-silencio-interrumpido-miguel-briante> Acessado em: 10 de ago. 2016.

______, Juan. Entrevista concedida a Juan Cruz. Juan Rulfo: “no puedo escribir sobre lo que veo”. In: Revista Actualidad. España: El país, 19 de agosto de 1979. Disponível em: <http://elpais.com/elpais/2015/07/27/actualidad/1437991191_012418.html> Acesso em: 10 de ago. de 2016.

______, Juan. La tierra pródiga In Revista Mexicana de Cultura, suplemento de El Nacional, nº 919, 8 de nov. de 1964. Disponível em: <https://www.letraslibres.com/vuelta/la-tierra-prodiga> Acesso em: 14 de nov. de 2018.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2019-01-26

Como Citar

Gontijo, M. V. (2019). Pensar a obra rulfiana: ficção literária latino-americana, História do México e Modernidade na obra de Juan Rulfo. Revista Eletrônica Da ANPHLAC, (025), 222–251. https://doi.org/10.46752/anphlac.025.2018.3061