Convocatória para o Dossiê: Vozes, ecos e silêncios na História Colonial Americana: as missões jesuíticas como pretexto metodológico para a investigação. Séculos XVII-XVIII.
Organizadores:
Prof. Dra. Maria Cristina Bohn Martins
PPGH-UNISINOS
Prof. Dr. Carlos D. Paz
FCH-UNCPBA, Tandil, Argentina / Dpt. de História
Prazo máximo para submissão dos artigos completos: 31/08/2023
As reduções implementadas pela Companhia de Jesus na América durante os séculos XVII e XVIII, podem ser consideradas como um caleidoscópio que faz possível abordar uma ampla gama de temas e não apenas aqueles que dizem respeito ao mundo indígena, podem também esclarecer diversos aspectos sobre outros segmentos da sociedade colonial da qual elas, as “missões”, foram só uma parte. Em boa medida toda a sociedade colonial pode ser retratada a partir das narrativas compostas pelos jesuitas, ou por aqueles que escreveram sobre eles, fazendo defesas laudatórias do seu trabalho pedagógico e apostólico, ou criticando sua ação.
Partindo desta proposição mínima, podemos concordar que são variados os eventos que aparecem descritos em um amplo corpo documental gerado nas -e a partir das- reduções. Trata-se de acontecimentos que estão distinguidos em tais fontes, em função de seu significado para cada setor da sociedade colonial, e de como estiveram em conexão ou viram-se afetados pelos eventos que envolveram, direta ou indiretamente, as missões jesuítas.
Considerar um, ou vários destes acontecimentos - seja o roubo de gado, os assaltos nas fronteiras e captura de pessoas, a circulação de bens e objetos, ou outros - a partir de óticas contrastantes entre si e próprias da lógica argumental que a documentação de arquivo propõe, sem sombra de dúvida é útil para o avanço dos estudos e abordagens realizados pela História Colonial americana, com suas ramificações e conexões com a História Moderna. A partir dessa posição analítica é possível recompor um diálogo que apresenta as vozes, por vezes dissonantes, de um mesmo ator que se apresenta de modos diversos perante distintos dispositivos de poder colonial. Desse modo, e como exemplo, podemos considerar como alguns grupos indígenas que se consideravam aliados em alguma fronteira, operavam como inimigos em outra, mudando inclusive a posição que os definia perante um mesmo aparato de dominação colonial. Tal aspecto pode ser abordado, inclusive, com relação às categorias com as que diferentes setores da sociedade colonial foram identificados.
Convidamos para compor este dossiê, autores cujos trabalhos estejam em sintonia com a temática proposta, no sentido de, partindo das missões jesuíticas e do corpus documental que elas geraram, ampliar as reflexões que contemporaneamente atualizam os estudos sobre a história da América colonial.
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